INTRODUÇÃO!
- Hum, hum, hum...
Este era o único som que se ouvia de sua boca, por mais que tentasse com todas as forças gritar ou reclamar de dor, nada era possível. Acabara de acordar, com uma forte dor de cabeça e na boca, no meio de um escuro horripilante, estava caído, ou ao menos era o que parecia, pois ao tocar o chão Marcos sentia algo gosmento, tentou cheirar para identificar, mas não conseguirá, não era um cheiro mau, nem bom, somente indescritível. Nada fazia sentido, Marcos não se lembrava de nada, do que acontecerá, de como chegará ali, e até mesmo de quem era; tentou mais uma vez forçar sua mente e sua boca, para que algum som saísse e quem sabe alguém o ouvisse e viesse ajudá-lo, mas nada, não sentia nada, era como se sua boca estivesse adormecida; e quem sabe até estivesse mesmo, Marcos colocou a mão em sua boca para entender, pelo menos uma parte do que se passava, mas nada, o que sentirá ao tocar sua boca foi apenas mais dor e uma gosma viçosa como a do chão escorrer de sua boca a sua mão. Mais uma vez tentou gritar, mas nada, tentou cuspir a gosma, mas ai sua dor se tornou quase insuportável, tentou levantar, apoiar-se no chão, mas o que antes era gosmento tornara-se fofo, tão fofo e macio que não possuía consistência para apoiar seu corpo. Caindo novamente ao chão, o baque fez seu corpo estremecer, agora podia sentir o frio, gélido e mortal, seus membros todos adormeceram em instantes, o vento que antes parecia não existir, agora o assombrava e percorria seu corpo em instantes, fazendo- o soluçar de frio e medo, medo da escuridão, medo do vento, medo até mesmo de si mesmo, pois pelo pouco que recordará não sabia direito quem era por algum motivo lembrava que seu nome era Marcos, e que era ou fora um conceituado professor de matemática, mas fora isso nada passava por sua mente, a não ser a intensa dor em sua cabeça e boca, e o frio, a o frio, cortante, desmedido, ou melhor, feito sob media para congelar uma pessoa ou qualquer coisa que por ele passasse.
Sua boca agora totalmente congelada, não mais o atormentava, seu corpo agora entorpecido pelo frio tentava de todas as formas se aquecer, ele se abraçou e encolheu-se tentando inutilmente se proteger ou ao menos retardar sua morte, tão certa e próxima. Em sua cabeça que agora nem doía mais já amortecida pelo frio, ele tentava recordar o que acontecerá, como ou quem o trouxera a este lugar, que pelo que sentirá ela terra, ou seja, lá o que fosse em sua mão, e pelo frio extremo deveria ser uma floresta, ou algum bosque, mas ele não conseguia nada vinha a sua mente, era como se o que fosse que tivesse acontecido, fora também apagado de sua mente, assim como sua idade, e até mesmo seu rosto, nada somente seu nome e profissão ficaram intactas, o que pra ele neste momento era insignificante; e foi com este pensamento que seu corpo parou de sentir frio, parou também de sentir medo, seu coração parará de bater e sua mente viva por mais alguns segundos, viu um rosto, ou quase isso, era na verdade um lado do rosto parecia ser de uma mulher, mas não sabia ao certo, pois estava encoberto por um capuz, quem sabe tenha sido essa sua algoz, quem sabe fosse aquele o rosto da pessoa que o deixará para morrer, mas eram muitas perguntas, para alguém que não teria tempo para respondê-las, pois nada mais o afligia naquele momento, pois a morte já o encontrará. E foi com este rosto, forte e ao mesmo tempo misterioso que sua mente parou de funcionar, assim como resto de seu corpo.
Dor muita dor, era só nisso que pensava e só isso que sentia, acordou novamente, mas desta vez em um lugar claro, muito claro, deveria ser um hospital, a luz invadia seus olhos fazendo- o quase ficar cego devido a sua mente já haver desacostumado com a luz, por tanto tempo desacordado, neste momento Marcos percebe, ou ao menos imagina o que havia acontecido com ele, pois há um instante ele havia morrido congelado, ou pelo menos era isso que achará; Sua boca, a sua boca, está continuava a doer, ele então com muito esforça se senta no que parecia ser uma maca, ele definitivamente deveria estar em um hospital, pois a única coisa que virá ao seu redor era uma parede branca ao longe, e a maca em que estava deitado, ele então colocou sua mão em sua boca, mas algo estava errado, sua boca estava envolta em uma faixa, era o que parecia, então ele percorreu a faixa com a ponta dos dedos, ainda fazendo muita força, pois no estado que estava qualquer movimento era um grande esforço. Seus dedos foram percorrendo a faixa envolta em sua cabeça, até fazer a volta e não encontrar nó algum, isso o assustou, seus olhos ainda não viam direito, ainda estavam se adaptando a luz, mas seus ouvidos ouviam longe, e foi longe que ouviu a porta da sala se abrir, ele tentou então olhou na direção do som, e forçando a visão tentou ver de quem se tratava, e novamente o medo o invadiu, pois a figura que vinha em sua direção, com roupas tão claras como a sala, quase impossível de ser notada não fosse seu rosto totalmente deformado, seus olhos arregalados, uma imensa cicatriz que percorria praticamente todo seu rosto que nem parecia ser humano, os poucos cabelos em sua cabeça eram verdes, e sua pele era de um vermelho tão vivo que parecia que estava sangrando; a criatura se aproximava de Marcos que tentava reunir todas as suas forças para de um forma tentar fugir, não entendia porque a monstruosidade o salvará do frio para matá-lo. Nada fazia sentido, muito menos o fato de novamente a porta se abrir e por ela passar outra criatura, mas está era diferente, apesar de também estar com roupas brancas luminosas, e longos cabelos verdes, tinha uma face esplendorosa, um rosto tão belo que chegava a ser hipnotizante, sua pele era clara como o sol e seus lindos olhos verdes se destacavam perante tanta luz, Marcos agora não mais se lembrava da terrível criatura que aparecerá no primeiro momento, ele agora só tinha olhas para ela, para a pura imagem da perfeição, e enquanto era hipnotizado pelo ser misterioso, o outro que chegará primeiro, se aproximou de Marcos e o injetou um liquido amarelo, que o fez desabar na maca, mas não sem antes guardar em sua mente a bela face do mais belo ser que já virá!
Cap I:
- Mãe, onde está o papai? – Pedia aos choros a pequena menina dos lindo e longos cabelos loiros, na flor dos seus 7 anos, com lindo olhos azuis, tão bela quantos as flores do jardim de sua casa.
Seu pai se atrasara para chegar em casa pela primeira vez dês de que começar a trabalhar na cidade vizinha, e isso estava preocupando não apenas a menina, mas também sua mãe, que a todo custo tentava se comunicar com o marido, mas do outro lado da linha a secretária eletrônica avisava estar fora de área, ela queria ou tentava acreditar que o marido poderia estar saindo da cidade em que trabalhava se dirigindo para casa, justificando ai a ausência de área do telefone, mas no seu intimo a preocupação, o medo, e a insegurança a dominavam, mas isso ela poderia deixar transparecer, para não assustar mais ainda a pequena flor!
- Calma filha, ele já deve estar chegando, o chefe do papai deve ter pedido algo e ele ainda está fazendo, você sabe que o papai é trabalhador, dai o chefe gosta dele! – Falou a mãe, tentando convencer a filha e também a si mesma. Realmente era verdade que ele era um ótimo funcionário, na verdade um dos melhores cientistas, por isso mesmo foi transferido para a cidade vizinha onde ficava o laboratório central da clinica em que trabalhava, mas quando acontecia de ficar até tarde o marido telefonava, ou de outra forma avisava a esposa, o que não acontecerá dessa vez, o que a deixava ainda mais amedrontada!, mas não podia transparecer seu medo a filha.
Samara era pequena, apenas 7 anos, mas muito sensível a certos sentimentos alheios, ela sabia em seu íntimo a preocupação da mãe com o pai, ela sabia do medo que a mão tinha de que algo acontecesse com seu pai, até por isso a mãe insistirá para o pai recusar a promoção que o chefe o oferecerá; mas o dinheiro extra que a promoção traria ajudaria na viagem de final de ano, que a família faria para a praia, então o pai aceitará, e dês de então seu trabalho redobrará, além de ser em outra cidade, chegava em casa somente a noite, sempre cansado, e muitas vezes nervoso, Samara sabia que o pai a amava muito, como amava sua mãe, mas o esgotante trabalho na empresa o deixava sem forças para demonstrar este carinho, o pai era um bom homem, mas a pequena Samara sentia quando se aproximava de seu pai que ele não gostava muito do que fazia na empresa, sentia como se ele sentisse nojo do seu trabalho, coisa que antes era seu maior orgulho, mas ela era uma criança, apenas uma criança, diferente, mas uma criança, e como uma criança entenderia as coisas do mundo!
Sua mãe novamente tentará ligar para seu pai, e novamente em vão; foi nessa hora que o telefone da casa tocou, sua mãe correu para atende-lo, mas ao se aproximar, temendo o que poderia ser, temendo saber que algo acontecerá com seu marido, temendo saber quem poderia estar do outro lado da linha; mas ela precisa atender, precisa ser forte para o que fosse, se não por ela, pelo menos então por Samara, que agora a olhava para ao lado do telefone, da porta da sala, e algo em seu rosto angelical deu a ela a coragem que precisava para tirar o telefone do gancho e colocar na orelha, para ouvir do outro lado uma voz fina e eletrônica:
‘ Você foi contemplado com uma viagem ...’ Tania desligou o telefone antes de esperar o final da frase, não sabia se sentia-se aliviada ou ainda com mais medo. Nessa hora a campainha tocou, Samara então correu e abriu a porta apressada, pronta para pular no colo de seu pai, pois imaginará que ele poderia apenas ter feito uma surpresa, quem sabe trazendo um presento, como fizera quando ela completará 7 anos. Mas ao se aproximar da porta, lembrou, não era seu aniversario, nem de sua mãe, e uma forte dor tomou conta de seu ser, pois mesmo antes de abrir a porta Samara sentiu tristeza e pena vindo do outro lado, sendo quem fosse tinha uma triste notícia para dar, então com muito pesar no coração Samara abria porta, e viu do outro lado parado um policial, ele a cumprimentou enquanto sua mãe se aproximava da porta, ao chegar e ver o policial, sem antes ele dizer uma palavra Tania desandou a chorar, pois aquela visita, junto com o sumiço de seu marido não seria outra coisa, foi quando o policial falou:
- Dona Tania Marques?
Ela nada respondeu, apenas continuou chorando e resmungando consigo mesma, pegou a filha a levou par adentro, e voltou, fechou a porta e abraçando o surpreso policial Tania chorou anda mais, agora com mais forças, foi seus pior pressentimento se tornará real, ela realmente perderá o marido. O policial então falou novamente:
- Senhora Tania Marques, a senhora precisa me acompanhar – Dando uma pausa em suas palavras, ele logo continua, sentindo como se suas próximas palavras pesassem uma tonelada – Ocorreu um acidente na rodovia, e suspeitamos que o motorista seja seu marido! – Esse foi o fim para Tania que começou então a gritar e bater no peito do policial, que tentando acalma-la a segurou firme e a abraçou!
Havia sido um dia cansativo para Flávio, seu trabalho no laboratório de pesquisas da clinica médica havia redobrado desde a sua transferência, claro, ele também recebera um vantajoso aumento salarial, mas já estava pensando em retornar ao seu antigo posto, onde o salario era consideravelmente menor, mas pelo menos seu tempo era mais aproveitado junto com as pessoas que tanto amava, sua esposa e sua filha.
Flávio era um bom homem, integro, trabalhador, honesto, e por esta razão achava que o que estava fazendo desde de sua transferência, era algo errado, quem sabe não judicialmente, mas sentia em seu coração a dor, a angustia e o temor de mais um dia naquele laboratório. Pronto, estava decidido, no outro dia mesmo ele iria pedir para seu superior o recoloca- lo em seu antigo cargo, e se isso não fosse possível seria mais drástico, e se demitiria, pois sua consciência, assim como seu ser não poderiam mais continuar com aquele peso. Foi dirigindo o carro de volta para sua cidade e sua família que tudo isso passava pela cabeça de Flávio, assim como imagens dos últimos dias no novo cargo. Sua decisão já estava tomada, mas o comunicado deveria esperar até o dia seguinte, pois ele já estava no meio do caminho para sua casa e morrendo de saudade de sua família, pensando em chegar em casa e dar um forte abraço em Samara, abraço esse que a dias não dava, em dar um grande beijo em sua esposa, beijo que a dias adiava, mas hoje não, mesmo cansado ele daria a devida atenção a sua família. E foi com esses pensamentos em sua cabeça que viu do outro lado da estrada uma mulher pedindo carona, no inicio ele estranhou, pois já era tarde, e aquilo poderia ser uma armadilha para um assalto, Flávio já ouvira inúmeras histórias assim, em que lindas mulheres pediam carona e o motorista tarado parava e era assaltado por homens que saiam do meio da escuridão da noite, muitos até acabavam em morte, então ele decidiu não parar, mas algo em seu intimo mudou ao se aproximar da figura incomum daquele mulher, não apenas sua beleza que era com certeza jamais vista antes, mas também seus longos cabelos ruivos, que quase brilhavam a luz da lua, era como se seus olhos escuros destacados pela pele clara, o hipnotizassem, era estranho, pois Flávio não percebeu mas parou o carro e a deixou entrar, e com ela o mais profundo e suave perfume de flores.
Flávio jamais traíra sua mulher, e jamais pensaria nisso, mas a figura ao seu lado representava não só beleza, Tania também era bela, mas aquela mulher também tinha um ar, um aspecto, algo que sua mente de cientista não saberia explicar; Ele então ainda sem quase perceber voltou a dirigir seu carro com um olho na estrada e o outro na enigmática mulher que até o momento não abrira a boca, então Flávio, ainda hipnotizado pergunta a ela sua direção, ela apenas o olha e sorri, o mais belo e mágico sorriso já visto por algum homem, a mente de Flávio novamente quase travou, voltando então os dois olhos a estrada e ainda sentido o perfume das flores ele não viu quando o ser ao seu lado retira de seu vestido florido uma pedra com formato pontiagudo, e leva na direção do pescoço de Flavio, que só a sente se aproximar quando já era tarde, o perfume de flor sumiu, a estrada a sua frente desapareceu, e a última coisa que viu foi os lábio da mulher mexendo-se mas com um som desconecto e palavras jamais ouvidas por ele. Poderia ser a morte se aproximando, pois o sangue jorrava de seu pescoço, ele tentava manter o controle do volante, mas não via nada a sua frente, apenas viu a árvore em que bateria quando a pedra foi retirada de sua garganta e o carro desgovernado bateu na árvore a frente gerando em seguida uma forte explosão.
Quando Tania chegou ao local do acidente os bombeiros já haviam apagado todo o fogo, então o policial que a trouxe a encaminhou para o caminham dos bombeiros onde estava o corpo encontrado nos destroços do veiculo. Ao ver o corpo “torrado” do marido, Tania já sem mais lagrimas para derramar apenas fechou os olhos, e tentando encontrar maneiras de imaginar que aquele corpo não era de seu marido, não tinha como reconhecer se era ou não seu esposo Flávio, era o caro do marido, mas como saber se ele não havia emprestado a algum colega. Muita coisa passava por sua cabeça, e foi ao abrir os olhos e ver no dedo queimado do corpo uma argola de metal ourificada, o bombeiro acompanhando seu olhar, viu a que se referia, então com todo cuidado retirou do dedo do cadáver a aliança de casamento de Flávio e Tania, e ao entregar nas mãos de Tania se retirou deixando apenas ela e o corpo.
Tania com a aliança do marido em suas mãos, agora sim, sua ultima esperança fora dizimada, pois no arco da aliança estavam impressos os votos que havia feito ao esposo, que agora lembrava como se fosse no dia anterior, a oito anos atrás, o dia em disse sim para o mais lindo homem que já encontrará, o mais perfeito e carinhoso, o mais honesto e comprometido. E agora o vendo em forma de carvão mais lágrimas rolaram de seu olhos, e por mais eu pesasse ser impossível ainda chorar, Tania chorou, chorou, e chorou pelas próximas duas semanas ela chorou, gritou, esperneou e brigou.
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Entre cores vivas e deslumbrantes, o tom escuro e triste da noite, nada mais passava na cabeça de Marcos além de cores aleatórias, a face esplendorosa do ser magnifico que virá esta também já desaparecerá. Não sabia se estava morto, sonhando ou se tudo aquilo não passava de ilusões criadas por sua imaginação. Poderiam ter passado dias, até meses ou anos, pois neste lugar em que vagava seu pensamento não passava, era assim o tempo todo, o que poderiam ser uma vida toda. Foi entre estas inquietações que ele sentirá algo novo, pelo menos era o que parecia, começara a sentir frio. Frio, mas como, quem sabe isso servisse para provar que ele ainda estava vivo, poderia ser como também poderia querer dizer que a morte se aproximava novamente, novamente Marcos tentou gritar, mas nem um som saia de sua boca, como naqueles pesadelos horríveis em que o mostro esta se aproximando de você, suas pernas tremem e você não consegue sair do lugar, assim se sentia prestes a ser pego pelo monstro sem conseguir ao menos mover os pés. Foi então que o frio aumentou, agora chegava a doer, como se estivesse mordido um sorvete, o frio foi direto ao cérebro. Foi então que novamente tentou gritar, mas desta vez quando o fez seus olhos abriram, seu corpo se mexerá e seus olhos viram novamente o terrível monstro que o achará anteriormente, novamente tentou fugir, então percebeu que estava com os braços e pernas amarrados maca que também anteriormente encontrará.
Seus olhos correram a sala, ele tentava falar, reclamar, gritar, mas novamente seu som foi abafado por uma faixa que cobria sua boca. A sinistra figura ao seu lado ajeitava uma pequena mesa também toda branca, na mesa via-se para sua surpresa um copo de barro e ao seu lado uma jarra do mesmo material, aquilo o surpreenderá, pois Marcos já esperava bisturis, tesouras e laminas prontas para perfura-lo e estuda-lo, pois embora sua vida toda pregará que alienígenas não existiam, era apenas nisso que pensava ao olhar aquela estranha figura ao seu lado.
Foi pensando nisso que viu novamente a porta abrir-se e novamente aquele ser que o hipnotizara anteriormente passou por ela, e em sua direção foi andando, Marcos apenas a olhava, e assim como da outra vez, seu piscar, sem pensar, sem reagir, apenas a olhava, como se visse além de seus olhos, como se lesse sua alma! E era exatamente assim que se sentia perante aquela criatura, como se estivesse sendo lido, sendo mapeado. Mas nada disso importava naquele instante, pois a única coisa que o prendia, eram os olhos da mais bela criatura que o guiavam ao esplendor da noite em escuros olhos, e em face serena.
Foi quando o ser chegou ao seu lado à maca, ele então voltou a respirar normalmente, pois agora virá mais claramente, era como se a presença da criatura ao seu lado o devolve-se a visão, e junto com ela também as forças, foi assim, em um momento de ímpeto e loucura que ele se sentou na maca, com uma força antes nunca sentida por ele, arrebentou as ataduras que o prendiam, ficou em pé e em milésimos de frações de segundo correu, correu mais do que tudo, mais do que jamais correra em sua existência, chegou perto do lugar aonde virá o ser entrar, apalpou a parede, e quando encontrou um vão o puxou em sua mente esperava por maquinas, fios, luzes e outros seres interplanetários, mas para sua surpresa e incredulidade o que virá fora apenas uma floresta, uma gigante floresta, com árvores imensas, quase como se tocassem o céu, um chão de terra tão fofa quando jamais imaginava que pudesse existir, era como se aquele lugar fosse o paraíso descrito na bíblia, não que fosse religioso, mas das vezes que ouvirá falar achando um absurdo, agora acreditava que poderia realmente ser real. Mas ai então se recordou das criaturas as suas costas, e então olhos para a porta onde passará e viu um imenso tronco com, grosso e soberano, do lado de dentro as criaturas que antes o prendiam agora apenas o olhavam, como se sua fuga houvesse sido permitida. Novamente olhou ao seu redor, viu a luz do sol passando por entre as arvores, folhas secas no chão, então foi olhando para si que percebeu estar nu, sem nenhuma veste, apenas uma faixa que cobria sua boca, tentou tira-la e novamente encontrou costuras em sua nuca, as desprendeu e liberou assim todas as partes de seu corpo, mas foi ao tentar gritar que percebeu que como no sonho, isso era impossível!
Sem pensar em nada Marcos começou a correr, apenas corria em frente, não sabia onde estava, nem pra onde correr, então qualquer lugar que chegasse seria melhor do que estar ali, no nada. Ele correu, correu muito, o máximo que pode, até cansar e cair no chão, ainda estava na floresta, no chão fofo, ainda via a luz de o sol passar por entre as árvores. Ao cair no chão novamente percebera-se nu, via seu corpo todo sujo de terra, seus pés doíam, suas pernas estavam tremulas, tanto pelo frio do chão da mata, quanto de cansaço e medo de não saber onde estava, de não saber sem sequer ao menos quem era só sabia, ou pelo menos imagina que aquele não poderia ser o seu lugar, a sal casa. Mil coisas passavam por sua cabeça, milhares de alternativas, muitas suposições; Mas como antes, agora também nada disso importava, pois ele vira novamente o sono chegar, seus olhos se fecharam novamente e a escuridão sombria de seus sonhos novamente o perturbavam.
Em seus sonhos apenas a escuridão, sua mente era dominada por ela, sua memorial nada dizia, não sabia quem era o que era, onde estava, se aquilo tudo era realmente real ou apenas fruto de sua imaginação? A única coisa que sabia era que precisava acordar, não tinha forças para isso, mas era preciso, ele precisava sair daquela floresta, achar uma estrada, algo que o tirasse dali e o levasse em segurança para sua casa, em segurança longe daquelas criaturas estranhas, que estranhamente o deixaram fugir, sem nem ao menos tentar pega-lo. Foi com isso em sua cabeça que novamente ele acordou, e novamente viu-se deitado na maca, em uma sala branca, fortemente ilumina e rodeado pelos dois seres que anteriormente o permitiram fugir, fuga esta que ele mais sabia se havia realmente acontecido!